Natal e o Vermelho de Valentino

Nesta época do ano é impossível não associar moda e estilo com a cor vermelha. É uma das minhas tonalidades prediletas, sempre presente em minhas criações e coleções. Em casa, como não poderia ser diferente, esse colorido também está lá, seja nas paredes ou mesmo em outras peças de decoração. Por essas e outras razões, o Natal é uma das épocas do ano que mais curto e aproveito.


É um período perfeito para reunir familiares, fazer planos e pedidos, bem como se preparar espiritualmente para o que virá no ano seguinte. Lembro com bastante carinho dos Natais promovidos pela minha sogra em sua casa na Avenida Paulista. Era uma reunião maravilhosa, na qual toda família estava presente. Guardo ótimas memórias e tenho muitas fotos dessas confraternizações, que para mim serão sempre inesquecíveis.

Mas e no meu vestuário? Ah, dezembro acaba sendo um mês em que me arrisco abusar um pouco mais no vermelho. Várias são as minhas inspirações, mas nunca esqueço uma frase do Valentino, que também adorava a cor. Dizia assim o mestre da moda: “Uma mulher vestida de vermelho está sempre magnífica; ela é, no meio da multidão, a imagem da heroína”.


Nascido em 1932, em Voghera, cidade ao norte de Milão, na Itália, Valentino Garavani sempre teve o vermelho entre suas cores prediletas. Ainda jovem, frequentava óperas e notava como a maioria dos figurinos em cena era naquela tonalidade. “Reparei que, além do negro e do branco, não havia cor mais bela”, já disse ele mais de uma vez em suas entrevistas.

Referência mundial

Falar de Valentino é fazer referência (e reverência) ao bom gosto e ao estilo. É também falar de um dos maiores estilistas de todos os tempos, alguém que mudou completamente o jeito de se pensar moda. Chegado à Paris com apenas 18 anos, ele foi o primeiro estrangeiro a entrar no fechado círculo da moda parisiense no Pós-Guerra. Anos depois, venceria o concurso promovido pelo Secrétariat International de La Laine, disputa que Yves Saint Laurent e Karl Lagerfeld também ganhariam anos depois.


A estética do filme La Dolce Vita, lançado em 1960 por Federico Fellini, fez das peças de Valentino as preferidas entre as grandes atrizes do cinema nas décadas seguintes, que buscavam a elegância de seus cortes e caimentos, muitas vezes atrelados à extravagância da cor vermelha. A lista de modelos, atrizes e celebridades que usam o famoso vermelho do mestre da moda é extensa, indo desde Sophia Loren, Elizabeth Taylor, Audrey Hepburn, Jackie Onassis a personalidades mais recentes como Julia Roberts, Anne Hathaway e Gisele Bündchen.

Em 2008, depois de 45 anos à frente de sua marca, período em que transformou o seu famoso logotipo “V” em sinônimo de luxo e elegância, Valentino decidiu se aposentar. Após sua saída do dia a dia da grife, o cargo na criação da maison ficou nas mãos de Pier Paolo Piccioli e Maria Grazia Chiuri.


Em 2012, Valentino recebeu o prêmio do Conselho da Costura do Instituto de Moda de Nova York. A honraria foi concedida para homenagear a longa carreira do mestre da moda, referência para todos os estilistas e, claro, para mim também. “Valentino apresentou à moda esse tom de vermelho que tanto nos favorece”, disse Yaz Hernandes, integrante do Conselho da Costura, durante a entrega da premiação.

BIS – Beleza, Inspiração e Simplicidade!

Marilene Hannud

(*) foto de Valentino de autoria de Pier Paolo Cito/AP

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