Paris 2016: tendências, surpresas e fofocas

Vampiras de lábios escuros, lãs variadas, botas dos anos 80, muito veludo e boatos de troca-troca em marcas famosas... Sim, a temporada prêt-à-porter de inverno 2016-2017, realizada no início do mês, em Paris, foi muito agitada e teve de tudo um pouco. Por isso, o pós-evento merece uma análise bem completa sobre tudo que aconteceu. Só para adiantar, entre tantos destaques, impossível não citar Balenciaga e uma marca ainda pouco conhecida no Brasil, a francesa Vetements, que atraíram muitos holofotes.

Vamos começar pelas fofocas: a expectativa em torno das maisons Christian Dior e Lanvin, ambas sem diretores criativos até o início dos desfiles, era muito grande. Todo mundo – da mídia especializada e dos fãs aos demais estilistas – estava ansioso para ver o que as duas tradicionais marcas francesas apresentariam (a Lanvin acabou anunciando Bouchra Jarrar para o posto de Alber Elbaz logo após a semana de moda). Chanel e Saint Laurent (foto abaixo) também foram motivos de burburinho, tudo por conta da possível aposentadoria do mito Karl Lagerfeld, que está há 33 anos à frente da grife criada por Coco Chanel. E qual a conexão? Simplesmente porque o provável substituto é Hedi Slimane, justamente o chefe de criação da marca de Yves Saint Laurent.




Então, vamos às análises, começando com Saint Laurent, que usou uma mansão do século XVII, onde Slimane instalou seus ateliês, como locação. A homenagem ao genial estilista francês foi evidente em vários momentos, da organização dos desfiles, que teve um ar old school, às roupas desenhadas pelo novo estilista da grife. Os vestidos desenhados por Slimane remetem aos anos 70 e 80, com bastante volume, cintos largos, mangas enormes e muito brilho, além da modelagem elaborada, silhueta justa e saias curtíssimas. Destaque também para o casaco de coração em pele vermelha (foto abaixo), destaque no Instagram, e a The Love Bag, um acessório dourado em forma de coração que foi sucesso imediato.



Já a Chanel não fez um desfile tão intimista, mas colocou o público “na cara do gol”, ou seja, todo mundo "na primeira fila", muito próximo da passarela. Destaque absoluto para os chapéus ao estilo Gabrielle Chanel de início da carreira – mais modernizados é bem verdade –, as pérolas como acessórios em vários looks e as chiquérrimas botas de montaria. Na avaliação da crônica especializada, o desfile tinha um “quê” de Slimani, o que indica que ele será a nova mente criativa da casa, informação ainda negada.

Já os comentários sobre os desfiles de Lanvin e Christian Dior dividiram opiniões. De uma forma geral, muita gente considerou que, enquanto uma ainda sofre para se encontrar após a demissão do diretor criativo Alber Elbaz, a outra não brilhou como se esperava, mesmo que não tenha decepcionado. Na passarela, a Lanvin (foto abaixo) mostrou ainda muitos resquícios de Elbaz, deixando no ar que a expectativa pela chegada de Bouchra Jarrar, que estreará na temporada de Verão 2017 em Paris, em setembro. Já Dior, no primeiro desfile sem o belga Raf Simons, foi comandada pela dupla Lucie Meier e Serge Ruffieux, que trouxe à Paris roupas de corte impecável e muito elegantes, mas com pouca ousadia. Os destaques foram os lábios das modelos, pintados de preto (lembrando maquiagem da tribo dark), e as minibolsas coloridas, que compuseram um lindo contraste.




Grande destaque

Se a Semana de Moda em Paris teve um “vencedor”, com certeza ele se chama Demna Gvasalia. Criador do coletivo de estilistas Vetements e atual diretor artístico da Balenciaga, Gvasalia inegavelmente apresentou a coleção mais instigante, com destaque para a combinação entre alta costura e streetwear. Ele também chamou atenção pelo fato de ter contratado modelos não profissionais, caso de uma garçonete canadense que descobriu no Instagram.



Gvasalia inovou ao mostrar ao público os chamados “hoodies” (agasalhos com capuz), que são sua marca registrada; modernas e bem cortadas jaquetas; tamanhos oversized em muitos looks (foto abaixo); superplataformas de salto grosso; parkas utilitárias; trench-coats; calças largas; e lindas bolsas de couro liso polido e alças de corrente, entre outras combinações muito criativas. A impressão de toda mídia especializada foi de que estilista georgiano construiu um guarda-roupa moderno e utilitário, com claras inspirações vindas das ruas.




Por fim, as principais tendências identificadas por mim nos desfiles. Confira:

  • Os casacos confeccionados em material sintético, como nylon, acolchoado e matelassado;
  • As bota ao estilo militar, em um estilo punk chique;
  • O couro foi bastante encontrado em vestidos, saias, calças e macacões;
  • Pano brilhante, que confere brilho a qualquer peça, o lamê foi bastante usado;
  • Maxicamisas, com um lado preso e o outro solto ou cobrindo saias e pantacourts, deram um tom moderno a vários looks;
  • As minibolsas foram apostas de grades maisons, como Dior e Louis Vuitton;
  • O veludo também esteve presente em várias coleções, seja em saias, casacos, pantalonas, blusas e vestidos;
  • A sobreposição de camisas, calças e vestidos, tudo junto ao mesmo tempo agora, definitivamente foi tendência em Paris;
  • As pantacourt (calças na altura da canela) chamaram atenção.

BIS – Beleza, Inspiração e Simplicidade!
Marilene Hannud 

(*) Fotos do Getty Images, Agência Fotosite, ImaxTree e reprodução da internet.

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