Moda e a maneira certa de se vestir

As transparências tomaram conta dos lançamentos na ultima década. Para mim, foi uma espécie de reação natural aos anos de malhação e dedicação das mulheres nas academias de ginástica. Tudo faz sentido, contudo. De que adianta passar horas a fio se exercitando se não for para mostrar o resultado desse sacrifício? Na verdade, os estilistas apenas seguiram a tendência natural das coisas.

Aquelas mulheres esqueléticas aos poucos perdem o brilho de outrora, dando lugar àquelas com contornos mais arredondados e femininos. O busto está em alta de novo e a lingerie nunca foi tão sofisticada quanto agora. Para ter uma ideia, é possível encontrar por aí jogos de lingerie que custam mais que um vestido de festa.

A transparência está voltando com força nas passarelas mundiais

Hoje, a sensualidade e o sexo são inegavelmente assuntos do dia. Nas revistas femininas, por exemplo, é comum encontrar reportagens que valorizam o prazer, em que a mulher despida ainda é um dos pontos básicos de muitas peças publicitárias.

A velocidade que internet e o mundo digital trouxeram para a sociedade tornou difícil prever o que vai ser da moda agora. Imagina, então, amanhã? Ainda bem, contudo, que tendência do preto parece declinar, assim como a aclamação das chamadas “viúvas sicilianas“, que só se vestiam nessa cor. Graças a Deus isso parece ser passado e, na verdade, essa “moda” nada mais é do que um exemplo de falta total de imaginação e criatividade para se vestir.

Chanel dizia que a mulher precisa ter um armário inteligente*

Há ainda outro ponto importante ligado à moda atual que merece ser debatido. As peças prontas fazem com que a qualidade das roupas caia muito. Em paralelo, a importação de roupas e tecidos de má qualidade faz decair a confecção brasileira. Uma coisa é importante deixar claro: prêt-à-porter significa “pronto para usar“ e não “confecção mal feita”. A moda atual parece muito apegada ao consumo imediato e acaba deixando um pouco de lado a qualidade, o que é um erro grave. Isso fez com que peças de carregação acabassem tendo destaque nas vitrines dos shoppings centers.

Roupa nos dias atuais é quase um produto descartável. Não há mais a preocupação de se guardar uma boa peça de vestuário de um ano para outro. Ao mesmo tempo, os closets estão cada dia menores, o que torna a falta de espaço uma grande preocupação para as mulheres com estilo. Muita gente está alugando boxes para não se desfazer do que ainda pretende usar.


Muitas marcas mostram que prêt-à-porter não é roupa descartável*

Infelizmente, este fenômeno é bem brasileiro. Os europeus, econômicos por natureza, e os norte-americanos, que sabem se valorizar, não tem esse tipo de comportamento. Pelo contrário, eles compram peças de qualidade e não em quantidade. Mais ainda, preferem combinar as peças básicas de um ano para outro. Com isso, as roupas não desbotam, não deformam e duram muito mais.

Chanel sempre dizia que uma mulher elegante não tem o armário cheio de peças de roupas, mas um guarda-roupa inteligente, que combina entre si poucas peças. O jeans acompanhado de camiseta pode parecer básico para as compras no mercado, ou mesmo para um final de semana no sítio, mas o uso excessivo dessa dupla revela falta de imaginação e, principalmente, de autoestima. Pegar a primeira peça de roupa e vestir sem nem olhar é um sinal de que a pessoa não se acha digna de ficar bonita e elegante. Hoje, temos vários livros e cursos para valorização da imagem e do estilo.


Cores e mais cores marcam os desfiles da Dolce & Gabbana* 

Tentar ser chique hoje não significa ter medo de se enfeitar, mas criar um estilo adequado para cada situação. Sei que muitas pessoas têm dificuldades nisso, por isso estão no mercado e no mundo digital um número grande de profissionais de moda prontos para passar uma orientação. Quando temos problemas de saúde procuramos um médico, não é? Com a moda, por que as pessoas ainda são tão resistentes em pedir auxílio? Por que será? Atores, atrizes e músicos de sucesso, por exemplo, não hesitam em usar este tipo de profissionais. Vai ver que eles reconhecem a importância da imagem e do estilo para suas vidas.

O problema desta década, portanto, está muito mais ligado a uma questão de comportamento do que propriamente elegância. Como estamos na época do “pode tudo”, há muita confusão quando o assunto é roupa. Gente, elegância é um conjunto de requisitos, não um vestido de grife.

BIS – Beleza, Inspiração e Simplicidade.

* as fotos são reprodução de internet


Marilene Hannud

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