No poste de hoje vou tomar a liberdade de pegar emprestadas algumas palavras do belo livro escrito por N. J. Stevenson, chamado Cronologia da Moda*. Na obra, ele faz uma ampla retrospectiva sobre o mundo da moda, mostrando sua evolução ao longo de diferentes fases e décadas.
Ao fim da leitura do livro de Stevenson, cada vez mais me convenço de que, na moda, tudo se copia e se adapta, sempre em linha com o que vem sendo valorizado no período. De certa forma, puder ver isso de perto nos desfiles do São Paulo Fashion Week. Cores, combinações, tecidos, tudo estava lá, apenas com olhares diferentes e novas roupagens. Em resumo, a base é sempre a mesma.
Anúncio do jeans de alta-costura da Versace, em 1990 |
Mas eu já falei demais. Leiam abaixo um dos trechos do livro de Stevenson e vejam se não é mais ou menos por aí:
Novo e moda são termos que andam sempre juntos, porque a moda, por sua natureza volátil, é sempre nova. Examinando a história da moda, vemos que as mesmas formas e cores reaparecerem inúmeras vezes.
O que lhe dá frescor e a traz de volta à vida é a interpretação de novos designers para os novos tempos. Traçar esta cronologia é uma questão de olhar não só para trás, mas também para frente. Com o tempo, nossas percepções dos estilos de moda históricos se embaçam, contaminadas por lembranças de segunda mão e interpretações de figurinistas de cinema e televisão.
Muitas vezes, usamos um estilo para descrever um período, atribuindo-o com precisão a sua respectiva década. A mini saia nunca ficará de fora de um exame dos anos 1960. Mas as saias levaram metade da década para chegar à altura que chamamos de mini. Ideais que a princípio parecem de vanguarda e chocantes aos poucos são assimiladas às roupas de uso diário ou rejeitadas e esquecidas, e revisadas muito mais tarde.
Acompanhar as oscilações do estilo é revelar o delicado processo de seu desenvolvimento. A evolução de uma indústria que reflete o tempo em constante mutação, e é influenciada por ele.
Evolução da moda
Traçar o desenvolvimento do sistema da moda é também revelar como ele se tornou parte da cultura popular. No início do século XIX, a moda era uma indicação elitista de status não muito distante das leis suntuárias da Idade Média, quando a condição social ditava a cor e o tecido que se podia usar.
Napoleão Bonaparte, imperador da França, foi um dos maiores gênios militares e sua mulher Josefina uma das primeiras líderes influentes da história da moda.
Ao longo do século XX, a moda passou a selecionar as melhores influências da arte, da música, do cinema e dos acontecimentos gerais. A função da roupa não e só de proteger contra intempéries: o que vestimos é uma proteção de nossas personalidades (e carteiras), antipatias, simpatias, conhecimentos, valores e aspirações.
Cronologia da moda:
- 1800 – 1837: Regência e Romantismo
- 1837 – 1858: O início da Era Vitoriana
- 1858 – 1870: Alta Costura
- 1870 – 1914: A Belle Époque
- 1914 – 1930: O Art Déco e os loucos anos 1920
- 1930 – 1939: Os elegantes anos 1930
- 1939 – 1947: O efeito da guerra
- 1947 – 1960: O New Look
- 1960 – 1969: “Swinging Sixties”
- 1969 – 1985: Do Glam ao novo Romantismo
- 1985– 2020: Retro e Revolução
Marilene Hannud
BIS – Beleza, Inspiração e Simplicidade!
* Versão brasileira com tradução de Lilian Pacce. Todas as fotos foram retiradas do livro.
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