Estar onde tudo acontece é sempre muito gratificante. Ao lado de amigos, amigas e perto de outros profissionais tão renomados, então, é melhor ainda. Foi, sem dúvida, uma semana muito agradável. Ver de perto o que será tendência nos próximos meses é extremamente recompensador. Mais ainda são as rodas de bate-papo: são nessas conversas informais que a gente consegue formar uma impressão melhor de cada roupa, cada desfile e cada marca. E, olha, conversei bastante, com muita gente.
Costanza Pascolato é uma referência nacional no mundo da moda |
Principal semana de moda do Hemisfério Sul, o São Paulo Fashion Week (SPFW) como sempre trouxe novos olhares e reflexões para a moda. Isso pôde ser visto com clareza na inspiração das criações de Lino Villaventura. Considerado um dos maiores estilistas brasileiros da atualidade, Lino tem grande renome internacional, mas diz não dar muita bola para isso. “A gente tem que valorizar o que é nosso. Sempre”, afirma.
Ousado, faz misturas de materiais e estampas em suas criações, construindo texturas e dando uma nova linguagem em seus tecidos. Assim, pode-se afirmar com todas as letras que sua moda é sempre criativa e, principalmente, exuberante. Com o preciosismo da alta-costura, Lino trabalha com minúcia os materiais mais inusitados, valorizando o trabalho manual e os elementos nativos. Sobre a elegância, algo que sempre abordo neste espaço, ele comentou após o desfile: “Elegante é aquela pessoa que é verdadeira, tem personalidade e é interessante”, afirmou.
O desfile de Lino Villaventura foi um arraso do início ao fim |
O final do seu desfile foi dramático e imponente. Os vestidos desempenharam o seu papel de destaque na coleção, como ele sempre faz. Diante da leva de vaporosos longos, e curtos mais estruturados, chama atenção a aposta que Lino fez nos modelos com o corte em viés, que reforçam a sensualidade misteriosa das mulheres do estilista.
Iódice
Outro desfile marcante foi do meu amigo Valdemar Iódice, que apresentou uma coleção de extremo bom gosto nesta edição do SPFW. Valorizando a mulher e sua sensualidade, a marca usou o cenário embutido no filme Morte em Veneza, lançado em 1971 pelo cineasta Luchino Visconti e que mistura elementos da Belle Èpoque com movimentos de uma cultura libertadora, para apresentar suas apostas para o inverno.
O ponto alto foi os inúmeros acessórios da Iódice Eyewear usados, com itens com linhas remetendo aos anos 70, que deram um toque de elegância ao desfile. Materiais como o metal com banhos de ônix, além das misturas de outros componentes como couro liso e camurça também foram destaque. Botões enormes belíssimos de acrílico em casacos, malhas e saias com barras em rendão com o tingimento artesanal e vestidos estilo tubo de malha canelada com barras plissadas também chamaram atenção na moda de Valdemar, assim como a cartela de cores em tons terrosos como o militar, laranja, tijolo e azul petróleo e os clássicos preto e branco.
Os acessórios chamaram atenção no desfile da Iódice |
Zanzando pelo evento, como disse para vocês, bati papo com muita gente. Abaixo, Costanza Pascolato faz uma análise da moda no Brasil:
Na sequência, Gloria Kalil também diz sobre suas impressões sobre o que vem acontecendo na moda brasileira:
Por fim, Valdemar Iódice explicou o que o inspirou em sua última coleção:
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