Marilene Hannud

Estilista entrou no mercado da moda há 30 anos, formada pela Faculdade Esmod de Paris, escritora do livro Mulher dos 15 aos 70 anos que conta a trajetória da vida da mulher através da moda.

Atualmente atua como Consultora de Moda e Assessoria de Imagem.

A lenda viva

O burburinho foi mais do que inevitável no mundo da moda brasileiro. No início de janeiro, a Riachuelo anunciou que ninguém mais ninguém menos do que Karl Lagerfeld assinaria a segunda coleção internacional da grife. Com sua equipe de designers e assistentes, Lagerfeld já criou 75 peças femininas fast fashion para a Riachuelo, entre roupas e acessórios, que custarão de R$ 50 a R$ 400. A apresentação ao público ocorrerá durante o São Paulo Fashion Week, que será realizado de 25 a 29 de abril, em São Paulo.

Fã incondicional do estilista alemão radicado em Paris, confesso que meu coração bateu mais forte quando soube da notícia. Não é pana menos: Lagerfeld é o último dos grandes estilistas das últimas décadas ainda em atividade – Yves Saint Laurent faleceu, Valentino se aposentou, Tom Ford vive uma transição na carreira e Helmut Lang caiu no ostracismo. Ativo, ainda muito criativo e extremamente talentoso, Lagerfeld é um dos reis do mundo fashion.


De Tóquio a Nova York, passando por Berlin ou Paris, Lagerfeld é sucesso onde quer que vá. Seu cabelo inconfundível, suas frases de efeito (“Minha única ambição na vida é usar tamanho de jeans 28” ou “Eu acho que tatuagens são terríveis. É como usar o tempo todo um vestido Pucci") e seu visual de personagem de desenho animado, bem como os inseparáveis óculos escuros, são suas marcas registradas.

"Eu não posso sair sem alguma coisa para proteger meus olhos, porque alguém pode jogar algum químico no meu rosto. Eu ficaria igual a meu professor de francês da infância, Mr. Pommes-Frites, cuja esposa o queimou com ácido. Você acredita no nome dele?", explicou certa vez. Sua preocupação não é em vão, afinal o People for the Ethical Treatment of Animals (Peta) vive fazendo protestos em seus desfiles.


Contato com público, contudo, não é seu forte. Ser perseguido por paparazzis, dar autógrafos, cumprimentar fãs são rotinas que Lagerfeld não é muito chegado. Então, é bom se preparar para um show de má vontade com o público durante a SPFW. "Hoje, todo mundo tem uma câmera, é flash para todos os lados. Sinto-me um fantoche, um marionete, o Mickey da Disney para as crianças brincarem. No Japão, as pessoas tocam em mim", disse em uma entrevista. "Mulheres japonesas já apertaram minha bunda, por isso agora tenho que ser firme e dizer 'Você pode tirar a foto, mas não me toque'. Não se pode apertar a bunda de alguém na minha idade", completou, com bom humor.

Até sua gatinha de estimação, chamada Choupette, chama atenção. Só no ano passado, a siamesa – que tem biografia lançada e 52 mil seguidores no Instagram – faturou 3 milhões de euros em contratos de publicidade.


Carreira

Nascido em 1933, em Hamburgo, na Alemanha, Lagerfeld vem de uma família rica e tradicional. Seu pai Christian fez fortuna ao introduzir o leite em pó na Alemanha. Já sua mãe Elizabeth tocava violino e adorava conversar sobre filosofia na mesa de jantar.

Desde jovem, Lagerfeld mostrava interesse em design e moda. Aos 14 anos, mudou-se para Paris e apenas dois anos depois já estava participando de competições fashion, sempre apresentando desenhos e cortes inovadores. Em uma dessas ocasiões, competiu (e ganhou) de alguém que se tornaria um amigo muito próximo: Yves Saint Laurent

Depois de três anos de muito aprendizado com Balmain e uma passagem como diretor de criação de uma grife francesa, Lagerfeld decidiu alçar voos próprios em 1961. Com competência, estilo e muita criatividade, o estilista rapidamente passou a colaborar com Chloe, Fendi e outras marcas de sucesso, ficando conhecido no mundo da moda por suas inovações e roupas de cores brilhantes, mas sempre com uma olhar para o passado.


Nos anos 80, Lagerfeld era uma das principais estrelas do mundo da moda, endeusado por modelos, profissionais do setor e jornalistas, que adoravam suas extravagâncias e vida social agitada. Amigos de estrelas do cinema e dos mundos da arte e da moda, o atual diretor de criação da Chanel era frequentemente visto com celebridades, como Andy Warhol. 

Ainda nos anos 80, sua contratação Chanel alterou por completo a trajetória da famosa grife francesa, que retornou aos anos dourados depois de anos de dificuldades nas vendas. Em 1984, Lagerfeld lançou sua própria marca, que ele gostava de definir como "intellectual sexiness" (sensualidade intelectual) – posteriormente a vendeu para Tommy Hilfiger.


Nos últimos anos, ainda ligado à Chanel (onde dá as cartas), Lagerfeld se aventurou pelo mundo do cinema e da fotografia, sempre mantendo em paralelo um calendário de eventos, aparições públicas e desfiles bastante ocupada. Suas contribuições a outras marcas, como a loja de departamentos Macy's e, agora, a Riachuelo, também ajudam a mantê-lo em evidência. Vida longa ao mestre!

BIS – Beleza, Inspiração e Simplicidade!
Marilene Hannud

(*) todas as fotos são reproduções de internet.

O Oscar não é só o tapete vermelho

Na semana passada, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood anunciou todos os indicados para o Oscar 2016, o principal prêmio do cinema mundial. O que isso tem a ver com moda? Bem, de uma forma ou de outra, ela está lá sempre presente nos figurinos dos filmes, muitas vezes criando clássicos e ditando tendências.


Como não lembrar, por exemplo, do famoso longo branco com bordados em preto (da maison Givenchy) usado por Audrey Hepburn em “Sabrina”, de 1954? Criada pela figurinista Edith Head, a saia de organza em várias camadas – típica dos Anos Dourados – vestida por Grace Kelly em "Janela Indiscreta", também de 1954, é inesquecível. Vencedor do Oscar de Melhor Figurino em 1960, “La Doce Vitta" nos brindou com várias peças memoráveis, como o longo preto usado por Anita Ekberg.

  
Sou amante do cinema e da moda, por isso em cada Oscar fico sempre atenta ao prêmio de Melhor Figurino. É inquestionável que o figurino desempenha um papel fundamental nas produções cinematográficas, o que permite aos diretores criar uma contextualização mais factível com a década retratada no filme, seja essa do passado, do presente, do futuro e até mesmo da imaginação. Além disso, as roupas cumprem papel essencial para a composição de personagens, auxiliando a maioria dos astros de Hollywood na construção de seus papéis.

Em 2016, cinco filmes concorrem ao prêmio de Melhor Figurino. São eles:


Não que os demais concorrentes não tenham figurinos incríveis, mas “Carol”, dirigido por Todd Haynes, pinta como grande favorito na disputa, na minha modesta opinião. O filme é um dos típicos casos em que as roupas chamam tanto atenção que acabam roubando a cena. Ambientada na Nova York dos anos 1950, a trama gira em torno do romance homossexual entre Carol Aird, interpretada pela genial Cate Blanchett, e Therese Belivet, vivida por Rooney Mara.


Três vezes ganhadora da estatueta do Oscar por “Shakespeare Apaixonado” (1998), “O Aviador” (2004) e “A Jovem Rainha Vitória” (2009), a britânica Sandy Powell recria com capricho e muito glamour, além de extrema atenção aos mínimos detalhes, os modelos utilizados na época. Em “Carol”, a personagem de Cate Blanchett usa roupas luxuosas, como casacos de pele e de cashmere, bem como peças com tecidos finos como cetim e seda.

Em recentes entrevistas, Sandy Powell revelou que se inspirou em looks de muitas revistas da Vogue dos anos 1950, principalmente para montar os modelos usados pela personagem de Cate Blanchett. Já para o figurino de Rooney Mara, visitas a brechós e feiras vintages de Nova York e Los Angeles, além de muita pesquisa, foram suficientes.
 
O resultado é mais do que brilhante. Com roupas chiques e elegantes, Cate Blanchett dá um show de estilo ao longo do filme. Peças como jaquetas trapézio e peplums são destaque, assim como seu inseparável batom vermelho. Remetendo ao que disse acima, quem curtia os lindos modelos de Grace Kelly no cinema vai rapidamente se identificar com o estilo dos personagens de “Carol”.
   
Essa não é a primeira parceria de Cate Blanchett e Sandy Powell. As duas também arrasam juntas na adaptação do clássico da Disney "Cinderela" (2015), dirigido por Kenneth Branagh, que também concorre ao Oscar este ano. Na produção, a brilhante atriz australiana interpreta a madrasta má da pequena órfã, vivida por Lily James, a Lady Rose Aldridge do seriado inglês Downtown Abbey.

 
Na época do lançamento, Sandy Powell disse que tentou modernizar o guarda-roupa do filme original, feito há mais de 50 anos. O icônico vestido azul usado por Cinderela na clássica cena do baile, por exemplo, foi criado com uma saia volumosa composta por mais de uma dúzia de camadas de seda em diferentes tons de azul. O grande destaque, contudo, é o sapatinho de cristal da protagonista, produzido com cristais da Swarovski.

Sinceramente, com duas indicações no mesmo ano, fora as três estatuetas que já venceu, Powell já merece um Oscar por todo o conjunto de sua carreira. Sou sua fã!

BIS – Beleza, Inspiração e Simplicidade!
Marilene Hannud

(*) as fotos são todas reproduções de internet

Retrospectiva 2015: erros e acertos

O ano de 2015 ficou para trás e podemos abrir 2016 fazendo uma breve retrospectiva sobre o que de melhor rolou no mundo da moda ao longo do ano passado. Neste sentido, numa avaliação mais geral, pode-se dizer que este foi o ano dos riscos fashion, alguns calculados, outros nem tanto.

Vários looks de celebridades, bem como de modelos nas passarelas mundo afora, estiveram, digamos assim, bastante ousados – para não falar outra coisa. Houve, contudo, muita gente (e, claro, seus estilistas) que acertou em cheio no visual. Em contrapartida, aconteceu um festival de erros monumentais, que acabaram entrando na galeria dos micos do ano, rendendo muita brincadeira na internet e nas redes sociais. Vamos, então, listar alguns desses momentos:

Para começar, temos que prestar uma homenagem à diva maior da moda mundial, Gisele Bündchen, que fez seu derradeiro desfile para a Colcci durante a edição de Primavera/Verão da São Paulo Fashion Week (SPFW), em abril. Ao lado de amigos e familiares, a musa não conseguiu segurar as lágrimas com tamanha emoção. Antes do desfile, um telão mostrou momentos marcantes da carreira da top.


Outro momento marcante foi o baile de gala do Metropolitan Museum of Art (MET) 2015, realizado em maio, em Nova York (EUA). O evento, promovido anualmente, tem ingressos milionários (custam inacreditáveis US$ 25 mil) e costuma marcar a abertura da nova exposição do Costume Institute, do MET. Falanges de celebridades, modelos e VIPs vão até lá para desfilar seus looks no red carpet do museu nova-iorquino, que só perde em prestígio – mas não em extravagância – para o tapete vermelho do Oscar.

Em 2015, o tema foi cultura chinesa, com a exposição "China: através do espelho", mas teve muita gente que não entendeu o recado. Por exemplo, alguém consegue esquecer o vestido longo e amarelo com que Rihanna apareceu por lá? É muito difícil, não é verdade? A cantora com certeza levou o troféu de look mais chamativo da noite, para usar um eufemismo. E com méritos, é bom ressaltar.


Desenhado pela estilista chinesa Guo Pei, a peça tinha uma cauda enorme, com detalhes bordados e peludinhos. A capa do vestido longo era forrada de pele e foi bordada com rolos e rolos de flora, levando dois anos para ser concluída. Cruel com qualquer pessoa, a internet não perdoou a ousadia de Rihanna, que virou brincadeira na mão dos internautas.


Quem surpreendeu no ano passado, dessa vez positivamente, foi outra estrela da música: Lady Gaga. Famosa pelos seus looks extravagantes, ela apresentou ao mundo uma versão mais comportada e consciente da moda. Com um lindo vestido volumoso do estilista parisiense Azzedine Alaia, Lady Gaga foi uma das celebridades que mais se destacou no red carpet do Academy Awards 2015, em Los Angeles.


Tendências

Os anos 70 pareceram ter voltado com tudo no ano passado. Não foram poucos os estilistas que criaram vestidos longos, com camurça e muitas franjas, a exemplo do que ocorria naquela época. Ao longo dos meses, outras tendências também estiveram nos holofotes, entre elas o tênis branco, que foi largamente usado, assim como as saias mídi e os tops ombro a ombro.  

O ano de 2015 também foi marcado por muita roupa esportiva, uso e abuso do jeans por parte das jovens e, claro, a polêmica gargantilha, que nos fez relembrar os agora distantes anos 90. Não podemos deixar de falar também da calça pantalona curta. Quem quis ousar, certamente usou. Uma coisa, contudo, é certa: a peça virou alvo de debate em todos os lugares, das ruas às principais maisons. Mas e o que você acha? Vale a pena arriscar ou não?

  
Vimos também ao longo de 2015 muitas celebridades e estilistas criando para conhecidas marcas do varejo. A C&A, por exemplo, trouxe a socialite Kim Kardashian para dar pitacos em uma de suas linhas lançadas no ano. Já a coleção de Lalá Rudge para a Riachuelo foi um hit tão grande que as roupas sumiram das prateleiras num piscar de olhos. Mundo afora, não foi diferente: a coleção da Balmain para a H&M foi um sucesso, assim como as criações de Rihanna (ela mesma!!) para a Puma.

BIS – Beleza, Inspiração e Simplicidade!

Marilene Hannud

(*) foto da Gisele Bündchen de autoria de Amanda Salles
(**) fotos de Rihanna do site www.purepeople.com
(***) foto de Lady Gaga do Getty Images
(****) foto de Lalá Rudge é divulgação

Réveillon e o branco

Sim, não tem muito para onde fugir: o branco é há muitos anos a roupa oficial do Réveillon. Mas vamos ser sinceras, a cor nunca sai de moda e, de fato, não pode faltar na festa de final de ano. Mas por que ela é tão utilizada? Qual seu significado? O que as pessoas esperam ao utilizá-la?

Para a grande maioria das culturas ocidentais, o branco é sinônimo de paz. Então, é por essa razão que as pessoas escolhem a cor para compor seu visual nas festas de Réveillon. Convenhamos, pedir paz nunca é demais, ainda mais em meio a um 2015 complicado pelo qual passamos, marcado por atentados terroristas, fuga em massa de refugiados de países em conflito e catástrofes ambientais, como a que vimos recentemente em Mariana (MG).

Mas nem só de branco vive a noite de Ano Novo. Outras cores também carregam significados importantes. No Brasil, por exemplo, o amarelo é normalmente ligado a dinheiro e riqueza, enquanto o azul está relacionado a paz de espírito e o rosa a felicidade no amor (é ideal para quem busca namoro sério!!!).


Já o nude, um tom neutro, costuma trazer estabilidade para o novo ano, além de amor. Como o final de ano é o período ideal para as pessoas fazerem seus pedidos para o ano que está por vir, então é hora de escolher que tom você quer para o Réveillon e, claro, para a sua vida em 2016.

Seu estilo

Ainda assim, não existe dúvida de que o branco é a cor preferida da maioria das pessoas na hora de escolher seus trajes para o Réveillon. Mais do que significar a paz, pureza e o bem, o branco é uma cor muito expressiva e costuma estimular os sentidos. Contudo, como vimos acima, isso nem de longe  significa uma regra obrigatória. Cada um tem o direito de usar a cor que lhe agrada mais, combinando isso não só com seu momento de vida e desejos para o Ano Novo, mas também com seus gostos pessoais.


Então, vamos para algumas dicas mais práticas para quem deseja arrasar na roupa para o Réveillon. Se você for passar o Ano Novo na praia, aposte em vestidos mais curtos, mesmo que sejam mais básicos. Se você está em busca de um amor (e de rosa, é claro), por que não deixar as pernocas de fora? Lembre-se também que essas peças são bastante confortáveis e ideais para o clima quente do verão. Além disso, a opção oferece uma ampla gama de combinações de look, em que se pode optar por uma regata com shorts ou saia ou ainda um macaquinho.

Para uma festa em casa ou informal, as alternativas são muitas e variadas. Tudo, claro, vai depender do seu humor e paz de espírito no dia, mas você pode apostar em vestidos curto e longo, um short ou mesmo em uma calça comprida em tecidos simples de algodão compondo com complementos básicos.


O vestido longo de festa é a peça preferida das mulheres quando se trata de uma festa chic e badalada. Ainda assim, não há problema algum em usá-lo em uma celebração mais simples, dependendo de como ele seja e dos seus complementos.

Como já disse aqui, tudo depende de você, de como está se sentindo com você mesma e o que pretende para essa noite e para 2016.  E se você vai participar de uma comemoração mais simples, use um vestido longo de malha. Ele é confortável e leve.

Esse blog volta agora só no ano que vem. A todas um ano repleto de sonhos e alegrias. E viva 2016!!


BIS – Beleza, Inspiração e Simplicidade!
Marilene Hannud

 
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