Marilene Hannud

Estilista entrou no mercado da moda há 30 anos, formada pela Faculdade Esmod de Paris, escritora do livro Mulher dos 15 aos 70 anos que conta a trajetória da vida da mulher através da moda.

Atualmente atua como Consultora de Moda e Assessoria de Imagem.

Casamentos, seus hábitos e estilos

Não é exagero algum dizer que, hoje, o mercado de casamentos é uma indústria. Pesquisa encomendada pela Associação Brasileira dos Eventos Sociais (Abrafesta) com o instituto Data Popular mostra bem isso: de acordo com a entidade, o setor movimentou R$ 16,8 bilhões somente no ano passado. O que isso tem a ver com moda e estilo? Acho que praticamente tudo, já que, do vestido de noiva à decoração, bom gosto é fundamental na organização desses eventos.

Minha filha Carolina casou este ano com meu genro Vinicius em junho deste ano, em uma cerimônia maravilhosa no Hotel Santa Tereza, no Rio de Janeiro. Além de um vestido incrível feito pela querida Lethícia Bronstein, a decoração também estava um arraso, alinhando-se perfeitamente com o estilo do espaço onde a festa foi realizada.


Casamento é sempre uma festa linda e emocionante. O da minha filha não foi diferente. Vê-la subir no altar foi uma emoção muito grande, jamais esquecerei. O amor e o carinho que emanavam dos dois era realmente tocante. Foi uma cerimônia maravilhosa. Agora, é claro que cada casal tem sua história e motivos para juntar suas escovas de dente, mas será que é possível apontar tendências e comportamentos similares entre os noivos?

Plataforma digital voltada para o mercado de casamentos, a empresa espanhola Zankyou divulgou recentemente uma pesquisa que ajuda a entender melhor o comportamento de casais de noivos nos 20 países em que atua, incluindo o Brasil. O estudo, que ouviu 15 mil pessoas, traz informações bem interessantes, como, por exemplo, o tempo médio de preparação do “grande dia”, os motivos que os levaram a casar, entre outros.


Segundo o Zankyou, que tem mais de 700 mil usuários mensais, orçamento médio mundial para organizar um casamento é de R$ 56 mil. O bolso dos brasileiros está um pouco mais vazio, apresentando um gasto médio de R$ 48 mil. Por outro lado, temos as maiores festas em número de convidados: segundo o estudo, em torno de 207, enquanto no mundo, a média é de 149. Por essa relação número de convidados x investimento, o gasto médio por convidado dos casamentos brasileiros é o mais baixo entre os países pesquisados, com R$ 234.

Em relação à organização do casamento, 47% das mulheres, em praticamente todo o mundo, começam os primeiros preparativos sozinhas. No Brasil, o mais comum é que o casal pense nos detalhes juntos (54%) e essa etapa do planejamento pode ser muito longa. Ao menos 50% dos noivos franceses, espanhóis e brasileiros levam de nove e 18 meses para organizar o grande dia.


Quem fala primeiro sobre o casamento? Esse tema é bastante dividido mundialmente, já que em 56% das vezes são os homens que tocam no assunto, enquanto o percentual das mulheres é de 44%, exatamente o mesmo índice do Brasil. Peru e México trazem dados surpreendentes: nesses dois países, os homens falam sobre o casamento em 73% das ocasiões. E o casamento acontece, em geral, até o fim do segundo ano de namoro (33% das respostas). Os casais brasileiros não fogem à regra, com aproximadamente 40% dos casamentos neste período.

Além disso, os noivos casam cada vez mais tarde, já que a média de dizer o “sim, eu aceito” é depois dos 30 anos. O troféu de apressadinhos fica com os brasileiros, que se casam por volta dos 29 anos. Já os mais pacientes são os italianos e os norte-americanos, que esperam, ao menos, até 32 anos.

Confira abaixo um infográfico com todos os dados da pesquisa. Ele nos possibilita comparar com muito mais facilidade as informações de cada país. É interessante observar os hábitos e perfil de cada uma dessas culturas.



BIS – Beleza, Inspiração e Simplicidade!
Marilene Hannud

* todas das fotos são da fotógrafa Marina Lomar
* o infográfico foi produzido pelo Zankyou

Cronologia da moda

No poste de hoje vou tomar a liberdade de pegar emprestadas algumas palavras do belo livro escrito por N. J. Stevenson, chamado Cronologia da Moda*. Na obra, ele faz uma ampla retrospectiva sobre o mundo da moda, mostrando sua evolução ao longo de diferentes fases e décadas.

Ao fim da leitura do livro de Stevenson, cada vez mais me convenço de que, na moda, tudo se copia e se adapta, sempre em linha com o que vem sendo valorizado no período. De certa forma, puder ver isso de perto nos desfiles do São Paulo Fashion Week. Cores, combinações, tecidos, tudo estava lá, apenas com olhares diferentes e novas roupagens. Em resumo, a base é sempre a mesma.


Anúncio do jeans de alta-costura da Versace, em 1990 

Mas eu já falei demais. Leiam abaixo um dos trechos do livro de Stevenson e vejam se não é mais ou menos por aí:

Novo e moda são termos que andam sempre juntos, porque a moda, por sua natureza volátil, é sempre nova. Examinando a história da moda, vemos que as mesmas formas e cores reaparecerem inúmeras vezes.

O que lhe dá frescor e a traz de volta à vida é a interpretação de novos designers para os novos tempos. Traçar esta cronologia é uma questão de olhar não só para trás, mas também para frente. Com o tempo, nossas percepções dos estilos de moda históricos se embaçam, contaminadas por lembranças de segunda mão e interpretações de figurinistas de cinema e televisão.

Muitas vezes, usamos um estilo para descrever um período, atribuindo-o com precisão a sua respectiva década. A mini saia nunca ficará de fora de um exame dos anos 1960. Mas as saias levaram metade da década para chegar à altura que chamamos de mini. Ideais que a princípio parecem de vanguarda e chocantes aos poucos são assimiladas às roupas de uso diário ou rejeitadas e esquecidas, e revisadas muito mais tarde.



Acompanhar as oscilações do estilo é revelar o delicado processo de seu desenvolvimento. A evolução de uma indústria que reflete o tempo em constante mutação, e é influenciada por ele.

Evolução da moda

Traçar o desenvolvimento do sistema da moda é também revelar como ele se tornou parte da cultura popular. No início do século XIX, a moda era uma indicação elitista de status não muito distante das leis suntuárias da Idade Média, quando a condição social ditava a cor e o tecido que se podia usar.



Napoleão Bonaparte, imperador da França, foi um dos maiores gênios militares e sua mulher Josefina uma das primeiras líderes influentes da história da moda.

Ao longo do século XX, a moda passou a selecionar as melhores influências da arte, da música, do cinema e dos acontecimentos gerais. A função da roupa não e só de proteger contra intempéries: o que vestimos é uma proteção de nossas personalidades (e carteiras), antipatias, simpatias, conhecimentos, valores e aspirações.

Cronologia da moda:

  • 1800 – 1837: Regência e Romantismo
  • 1837 – 1858: O início da Era Vitoriana
  • 1858 – 1870: Alta Costura
  • 1870 – 1914: A Belle Époque
  • 1914 – 1930: O Art Déco e os loucos anos 1920
  • 1930 – 1939: Os elegantes anos 1930
  • 1939 – 1947: O efeito da guerra
  • 1947 – 1960: O New Look
  • 1960 – 1969: “Swinging Sixties”
  • 1969 – 1985: Do Glam ao novo Romantismo
  • 1985– 2020: Retro e Revolução

Marilene Hannud

BIS – Beleza, Inspiração e Simplicidade!

* Versão brasileira com tradução de Lilian Pacce. Todas as fotos foram retiradas do livro.









 
MARILENE HANNUD © 2012 | Designed by Rumah Dijual, in collaboration with Buy Dofollow Links! =) , Lastminutes and Ambien Side Effects